terça-feira, 20 de março de 2012

Minha mudança e os "XII Trabalhos de Hércules"

Bom, nesses últimos dias estive offline porque minha grande preocupação era a minha mudança da Maison des Provances de France para o meu cafofo, que significava não precisar mais me esconder, que significava a minha despedida da pesonagem Sol, de América. Então, mais uma vez, estive entretida com malas, sacolas, etc... Dessa vez a mudança teve suas peculiaridades... pra começar, mudamos de um quarto para o outro - o quarto de uma amiga fofa chamada Estephanie. Mas, como nossas coisas não cabiam no quarto dela, espalhamos por outros três: malas em um, livros em outro, panelas em outro... Passamos dois dias nesse esquema porque só podíamos ir para o apartamento no sábado.
Enfim, o sábado chegou - e um dia que já seria longo, tornou-se um capítulo dos XII Trabalhos de Hércules! Para começar, acordei mega-cedo para iniciar a mudança via metrô (pense aí?). Eu mais parecia um burro de cargas andando pelas ruas com uma mala tão pesada que eu me perguntava por quê eu precisava de tanta roupa... Chegamos ao prédio para deixarmos parte de nossas coisas e, ao entrar no apartamento, dei de cara com a antiga inquilina ainda arrumando suas coisas (ela supostamente já deveria ter desocupado o imóvel há dois dias atrás!)... Ou seja, minha mudança só aconteceria no final do dia e perderia o dia inteiro de arrumação. Tomamos o caminho do metrô para irmos com um casal de argentinos para a Ikea (uma mega-loja de artigos para casa, uma espécie de Tokstok tamanho GG e mais barata) e eis que Jivago percebe que perdeu a carteira! Passados alguns minutos tentando cancelar o cartão de crédito que estava na bendita carteira, pegamos o caminho para a Ikea. No trajeto, erramos algumas estações, erramos o ponto de ônubus - graças a uma francesa que jurou que estávamos no ponto de ônibus correto e que lá pelas tantas disse amar o Brasil e mais ainda a Bahia,  mesmo nunca tendo estado por lá (vai enteneder!). Depois de quase 2h, chegamos ao nosso destino. E, depois de algumas horas e alguns Euros gastos, tomamos o caminho de volta para nosso cafofo abarrotados de sacolas, com direito a uma paradinha na casa da minha colega argentina para tomar um café e comer um alfajor - ela havia comprado tatos pratos, que a ajudamos a carregar suas coisas (cansados, mas com prazer!). Passava das 19h quando chegamos ao prédio e, é claro, não tínhamos o código de entrada e, é claro que o celular do proprietário estava na caixa postal! Imagine meus desespero... Enfim, ficamos por alguns intermináveis minutos do lado de fora até que uma simpática madame apareceu e nos deixou entrar. A essa altura, já estava morrendo de medo de me deparar novamente com a ex-inquilina - do jeito que as coisas aconteceram durante todo o dia, não podia esperar nada de diferente! Estava enganada... O cafofo estava vazio e aparentemente limpo. Deixamos então nossas sacolas e fomos à minha antiga morada, a Maison de Provances de France, pegar nossas panelas, afinal, já era hora de comer! Lá, recebemos a feliz notícia de que a carteira não havia sido perdida, mas esquecida no quarto da nossa amiga Estephanie - pelo menos uma coisa deu certo! Nesse sábado, já passava das 23h quando conseguimos jantar, tomar uma garrafa de vinho, vinho muito bom por sinal, e cair em sono profundo porque o domingo também prometia ser duro.
Domingo chuvoso e eu só consegui ter coragem de acordar depois das 11h. Tomamos um café e fomos ao mercado comprar produtos de limpeza porque a aparente "limpeza" do cafofo era "meramente ilustrativa". Balde e vassoura na mão, era hora de vestir minha "roupicha" de Marinete, eu e Jivago, claro. Parecia que o cafofo nunca havia sido limpo antes... Como alguém conseguia viver assim? Bom, depois de mais um dia pesado, voltamos à Maison para pegar mais algumas tralhas e, assim, terminamos mais um dia hercúleo em uma biboca de esquina comendo um sanduiche de churrasco grego. Morta, mas feliz! C'est la vie!

terça-feira, 6 de março de 2012

Ah, o Louvre...

Le Louvre
Monalisa
Aproveitamos que era o primeiro domingo do mês e fomos visitar o Louvre - aqui, a grande maioria dos museus tem a entrada gratuita nesse dia. Chegamos cedo e pegamos uma pequena fila de 5 minutos apenas. Seguimos em direção ao balcão de informações para pegarmos nosso mapa e, para minha felicidade, havia uma versão em português - pelo que lembro, havia, no mínimo, umas 6 versões diferentes, que maravilha!!! E a dúvida começou aí: por onde começar? O Louvre dispões de nada menos que quatro andares, sendo que cada um tem, em média, 3 pavilhões e cada pavilhão é subdividido. É uma loucura: Pinturas; Pinturas francesas; Pinturas alemãs, flamengas, holandesas, belgas, russas, escandinavas e suiças; Objetos de Arte; Esculturas; Antiguidades egípcias; Antiguidades gregas, etruscas e romanas; Antiguidades orientais; Artes da África, da Ásia, da Oceania e das Américas; Artes gráficas, desenhos franceses, além das salas destinadas para as exposições temporárias... E em meio à ida de um pavilhão para outro, você vai se deparando com preciosidades da arte e do mundo antigo: sarcófagos e variados objetos do Egito, esculturas gregas, relíquias do oriente como o Código de Hamurabi, objetos pertencentes à monarquia - como porcelanas, jóias e coroas, esculturas como a Vênus de MiloVitória de Samotrácea e Psique Revivida pelo Beijo de Eros, máscaras africanas e um Rapa-Nui e, claro as pinturas de Leonardo de Vinci, Michelangelo, Giotto, Bosch, Caravaggio, Goya, Cézanne, Monet,  Van Gogh, Gaugin, Renoir... É de causar vertigem... 
Psiquê Revivida pelo Beijo de Eros
Há ainda um casamento perfeito entre o moderno e o antigo, entre o imponente palácio e toda a estrutura a ele adaptada como escadas rolantes, elevadores, toilets e mesmo a tão intrigante pirâmide de vidro - tudo está em perfeita harmonia, sem causar qualquer choque aos olhos do mais puristas. Fantástico!  
Caminhamos por 3 horas e resolvemos parar para almoçar e aqui vai a dica: leve seu almoço porque os preços variam entre €5,00 (um pequeno sanduíche) e  14,00 (uma refeição com proteína). Após o almoço, lá fomos nós para o segundo round, mais 3 horas de caminhada... Ao final do dia já estava morta, meus pés já estavam mortos e ainda tinha muita, mas muita coisa por ver! Fascinada por ter me deparado com períodos tão distintos da nossa história e por visões tão distintas da arte, ficou a promessa de voltar no primeiro domingo do mês seguinte para descobrir um pouco mais. 
Cézanne estava certo: O Louvre é o livro onde aprendemos a ler.