quinta-feira, 19 de julho de 2012

Pausa para férias





Queridos,

Como muitos já sabem, amanhã desembarco no Brasil. Então, até o meu regresso à Cidade Luz, nada de posts!


À tout à l'heure!!!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Paris, seus pedintes e uma curiosa relação

Foto/ autor desconhecido
Semana passada resolvi ler Os Miseráveis, do escritor francês Victor Hugo. Devorei! Uma obra maravilhosa que fala sobre a pobreza, a miséria (e seus efeitos nos homens), a bondade, a solidariedade e, o amor ao próximo. E isso me fez refletir sobre a relação dos parisienses com pedintes e mendigos - algo que sempre me chamou a atenção desde quando cheguei aqui. Ao contrário do que estamos acostumados, trata-se de uma relação mais próxima, mais humanizada. Pelo menos é o que ando vendo pelas ruas e estações de metrô. Na estação próxima ao meu cafofo (a Convention) todos os dias está uma senhora muito velha, com aparência muito sofrida, que usa roupas escuras e um lenço na cabeça e seus traços me faz pensar que ela deve ter vindo do leste europeu. Sempre está escorada em um canto no final das escadas. Ela cumprimenta a todos os que passam apressados. E não é difícil ver pessoas conversando, indagando sobre sua situação e até abraçando essa senhorinha. Algo impensável no Brasil. Já na estação Saint Michel, não é raro ver um emblemático mendigo e seu cachorrinho, da raça pequenês, abraçados o tempo todo. O cachorro tem uma cara de dengoso que comove. E já vi por muitas vezes as pessoas se abaixarem para conversar com esse senhor e acariciar o pequenês. Eu acho isso bonito, mas confesso que nunca o fiz - não por preconceito ou medo, mas por uma questão de costume mesmo. Acho que no Brasil criamos uma carapaça.  A miséria foi banalizada, tornou-se algo comum para nós. É tanta gente pedindo, que isso não nos comove mais. Triste pensar assim. Mas aqui, como o Estado existe, e se faz presente, ainda há surpresa e indignação em ver pessoas nessa situação. Romantismo ou não, acho que Jean Valjean (personagem-herói de Os Miseráveis) deixou seguidores na Cidade Luz!


terça-feira, 3 de julho de 2012

Museu d'Orsay: uma agradável surpresa

Primeiro domingo do mês, e, o programa mais indicado para quem gosta de arte é visitar os museus da cidade já que nesse dia a entrada é gratuita! Diante disso, ao invés de revisitar o Louvre, decidi ir ao lindo Musée d'Orsay. Fundado em 1986 o museu está localizado na margem esquerda do Senna e abriga importantes obras, principalmente às pertencentes ao movimento impressionista. A fila estava grande, mas andava rapidamente. Encontramos com um casal de amigos e começamos nossa visitação. O prédio, uma antiga estação ferroviária, é uma beleza à parte e já valeria o passeio. Fiquei maravilhada diante de tudo que vi: esculturas de Rodin, objetos lindíssimos de decoração, uma perfeita maquete da l'Ópera e, claro, as fantásticas obras de Toulouse-Lautrec, Degas, Cézanne, Renoir, Klimt, Monet, Manet, Gaugin, Van Gogh e tantos outros artistas maravilhosos que eu, até em então, desconhecia como, por exemplo, Pierre Bonnard. Eu adoro o impressionismo e, poder apreciar de perto tudo isso, foi uma experiência muito emocionante já que o Musée d'Orsay congrega uma importante coleção com obras desse movimento artístico. Lembro que há poucos anos atrás fiquei comovida ao ver, no Masp, a obra Rosa e Azul de Renoir e, essa comoção, eu pude sentir novamente frente a tantas outras lindas obras desse pintor, como, por exemplo, a Bal du Moulin de la Galette. Minha emoção aumentou quando encontrei as obras de todas as fases de Claude Monet, como as que retratam os jardins de sua casa em Giverny, as da série Ninféias e as obras Essai de Figure en Plein-air (femme à l'ombrelle). Diante dos quadros de Van Gogh, eu parecia criança... E como não ficar diante de La Nuit Étoilée de la Méridienne, de Quarto de Van Gogh em Arles e de alguns auto retratos? Posso dizer que o d'Orsay é um museu que, se comparado ao Louvre, é bem pequeno (podendo ser percorrido em apenas um turno). Mas, seu lindo prédio, suas charmosas galerias e a grandiosidade das obras que lá estão, o torna, sem dúvida, muito especial!

domingo, 1 de julho de 2012

Paris vista da Torre Eiffel

Que eu sou apaixonada pela Torre Eiffel eu acho que já falei algumas vezes aqui, mas nesses meus cinco meses em Paris ainda não tinha subido em seu topo por alguns motivos como o frio intenso e os dias nublados. Mas, com a chegada do verão a coisa muda de figura. E, em um desses dias ensolarados, resolvi fazer esse passeio. Preferi ir no final do dia, leia-se 20h, e assim, poder admirar também a chegada da noite e as luzes da cidade. A fila, como de costume, era longa. Mas, como optamos em subir pelas escadas até o segundo nível e de lá pegarmos o elevador para o topo - uma opção mais barata e mais saudável, demoramos uns trinta minutos para comprarmos nosso ingressos. Já a fila para quem queria ir de elevador estava enorme... A subida não é tão exaustante assim, mesmo para uma sedentária convicta como eu. O segredo é subir devagar e apreciando tudo. Chegamos ao segundo nível. Ali, a vista já era linda, imagina no topo! Pegamos o elevador e lá, o encantamento. Paris, realmente, é linda! Eu já achava isso em meus passeios pelos ruas, mas do alto, a beleza é maior. Então, fiquei tentando entender o mapa da cidade e observando a localização de todos os pontos turísticos que já havia visitado. Lá, havia ainda um pequeno apartamento de Eiffel, o mentor desse divino cartão postal, que ele utilizava para receber visitas ilustres como, por exemplo, Thomas Edson. Ventava muito mas, mesmo assim, resolvemos esperar algumas horinhas para ver o cair da tarde e o ascender das famosas luzes da cidade. E assim o foi. Diante da noite e das luzes, Paris se tornara ainda mais linda! Hora de descer, encontramos com simpáticos baianos. E, quando estávamos quase em solo, escutamos a vibração das pessoas: 23h, hora da Torre piscar - a partir desse horário, a cada 1h, esse ritual é repetido e dura cinco minutos. E, como já comentei em post anterior, a vibração lembra a da virada do ano! Quando chegamos em terra, a Torre ainda piscava. E, antes de tomarmos o caminho de volta para casa, ficamos ali admirando aquele espetáculo incansável. Esse é o tipo de programa que sempre terei prazer de fazer. Sem dúvida.