Meus Dias de Paris
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
C'est fini
Já faz um mês que deixei Paris e, como todos sabem, a razão da existência desse blog é justamente relatar minha vida nessa cidade tão linda... Logo, nada mais lógico que ele deixe de existir a partir de agora. Confesso que isso me dói um pouco porque escrever aqui foi muito prazeroso e me deixava feliz. Me descobri um pouco mais, pude me mostrar um pouco mais, pude receber o carinho dos amigos próximos e até mesmo daqueles mais distantes que eu nem imaginava que pudesse alcançar... Eu queria, nessa despedida, agradecer ao apoio, ao carinho, aos incentivos, aos elogios... Fiquei feliz com o resultado. Estou tristinha com o fim, meio que sofrendo de abstinência, mas feliz por começar uma nova etapa. C'est fini!
A viagem de volta
Bom, mesmo passado tanto tempo desde a minha chegada, acho que vale relatar a parte final do minha viagem de volta... Último dia em Paris. Acordei cedo para terminar de arrumar
minhas malas, mas mal conseguia andar direito por conta da dor muscular da
minha panturrilha esquerda. O proprietário do apartamento, um simpático
francês, batia na porta enquanto eu estava no toilette
para marcar a vistoria e os acertos finais da entrega do cafofo. Duas horas
depois, e já com todas as tralhas e as quatro pesadas malas arrumadas, fizemos
a vistoria enquanto aguardávamos o táxi chegar. O taxista teve sérias
dificuldades para conseguir colocar as malas no carro e Jivago, já com dores
nas costas, o ajudou. Estava para começar a maratona. Chegamos ao aeroporto com
certa tranqüilidade no horário e seguimos direto para a balança pública para pesarmos as bagagens antes de fazermos o check-in. Logo de cara, ao colocarmos a maior mala,
o desespero bateu: excedemos a franquia permitida em 12kg! Eu, pálida, olhei a
balança, já com a segunda mala, e excesso novamente em 6kg! Soltei uma risada
desesperada enquanto Jivago se dirigia ao balcão da TAP em busca de
informações sobre nossas opções – a única era comprar uma nova mala e pagar
pelo seu despache porque, de acordo com a legislação francesa, nenhum
carregador pode pegar mais que 32kg. Daí, fomos até o final do nosso terminal
ver o valor de uma mala já imaginando que seria o mesmo preço de um copo d’água
no meio do Saara. E era. Lembrei que no começo do terminal havia outra loja e
pedi que Jivago ficasse ali enquanto eu ia até lá. Acelerei o
passo e, chegando lá, constatei que o preço era um pouco mais barato. Animada, e correndo contra o
tempo, esqueci da dor na panturrilha e sai correndo... Ma, quando já estava chegando, Jivago me disse
que já havia comprado uma mala mais barata. Chateada, olhei para a tal e
enlouqueci ao ver seu tamanho (muito pequena para quem tinha tantos quilos para
acomodar) e, principalmente, pelo esforço que fiz em vão. Bufando, sentido a panturrilha e reclamando da situação, procurei um
lugar menos movimentado para refazer nossa bagagem – e voava camisa para um
lado, cuecas para outro, casacos, garrafas de vinho, livros, etc... Tentei
fazer uma mágica com aquela malinha e tinha que transformá-la em algo pesado!
Corremos para repesar todas as malas. Ufa! Tinha dado certo e todas estavam dentro dos padrões. Procurei por minha mega-bolsa e desesperei
porque ela havia sumido. Achei que a tivesse esquecido enquanto arrumava a nova
mala e, quando Jivago já estava voltando para procurá-la, a enxerguei no
carrinho sob escolta de um policial – depois dos atentados terroristas,
qualquer sacola “abandonada” é suspeita! Depois de resgatar minha bolsa, era hora
de fazer o check-in,
pagar o preju e embarcar. Para minha sorte, pude dar uma última olhada à Torre Eiffel do alto. Linda, como sempre. Duas horas
e pouco depois, descíamos na cidade de Porto, em Portugal, onde faríamos uma
escala de cinco horas. Fomos até uma estação de metrô (que não recordo o nome) onde deixamos nossa bagagem de mão em um locker alugado e, assim, podermos aproveitar o curto passeio mais tranquilamente. Dali, seguimos para o centro da cidade. Banhada pelo Douro, Porto mais parecia um grande Pelourinho - mas, não sei se por conta da crise, achei que ela estava um pouco abandonada...
Depois de visitarmos seus principais pontos turísticos, fomos até um restaurante para comermos meu tira-gosto preferido: bolinho de bacalhau. O lugar era super simples, mas a comida estava deliciosa... A dona, uma típica portuguesa alegre e simpática que adorava as novelas do Brasil, ficou feliz em rever Jivago e em me conhecer (na última viagem que ele havia feito para o Brasil, pegou esse mesmo voo com escala em Porto, fez esse passeio que fizemos hoje e conheceu esse restaurante). Enquanto eu bebericava um vinho do porto, nós conversávamos com ela sobre a novela Gabriela... Resolvemos comer um bacalhau... Saboroso!!! Depois de muitas risadas e conversas novelescas, pegamos o metrô de volta rumo à estação onde estava nossas bagagens e, de lá, rumamos para o aeroporto onde pegaríamos voo para Lisboa. Estávamos até animados em pegar uma night lisboeta, mas, como o voo atrasou em 2h, nosso plano foi por água abaixo... A parte boa disso foi que tivemos um avião quase que exclusivo já que só havia, além de nós dois, mais três passageiros - me senti em um jatinho particular! Famintos e cansados, seguimos para um hotel em Lisboa - muito bom por sinal! E, com a promessa de acordarmos cedo para visitarmos a cidade antes do nosso embarque, dormimos. E quem disse que conseguimos acordar? Só deu para tomar café e seguir para o aeroporto. Uma pena! O voo foi tranquilo e, durante as últimas horas, assisti "O Exótico Hotel Marigold", um lindo filme que muito disse da minha experiência francesa: "Nada acabou saindo como eu imaginava. A maioria das coisas não saem. Mas, às vezes, o que acontece no lugar são as coisas boas. (...) O único verdadeiro fracasso é o fracasso de não tentar (...) Viemos aqui e tentamos, todos nós. Cada um a seu jeito. (...) Mas também é verdade que a pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada. Tudo que sabemos do futuro é que será diferente. Talvez o nosso temor é que continuará tudo igual. Então precisamos comemorar as mudanças porque alguém disse que, no fim, tudo dará certo e se não tiver dado certo, então, o fim ainda não chegou".
Depois de visitarmos seus principais pontos turísticos, fomos até um restaurante para comermos meu tira-gosto preferido: bolinho de bacalhau. O lugar era super simples, mas a comida estava deliciosa... A dona, uma típica portuguesa alegre e simpática que adorava as novelas do Brasil, ficou feliz em rever Jivago e em me conhecer (na última viagem que ele havia feito para o Brasil, pegou esse mesmo voo com escala em Porto, fez esse passeio que fizemos hoje e conheceu esse restaurante). Enquanto eu bebericava um vinho do porto, nós conversávamos com ela sobre a novela Gabriela... Resolvemos comer um bacalhau... Saboroso!!! Depois de muitas risadas e conversas novelescas, pegamos o metrô de volta rumo à estação onde estava nossas bagagens e, de lá, rumamos para o aeroporto onde pegaríamos voo para Lisboa. Estávamos até animados em pegar uma night lisboeta, mas, como o voo atrasou em 2h, nosso plano foi por água abaixo... A parte boa disso foi que tivemos um avião quase que exclusivo já que só havia, além de nós dois, mais três passageiros - me senti em um jatinho particular! Famintos e cansados, seguimos para um hotel em Lisboa - muito bom por sinal! E, com a promessa de acordarmos cedo para visitarmos a cidade antes do nosso embarque, dormimos. E quem disse que conseguimos acordar? Só deu para tomar café e seguir para o aeroporto. Uma pena! O voo foi tranquilo e, durante as últimas horas, assisti "O Exótico Hotel Marigold", um lindo filme que muito disse da minha experiência francesa: "Nada acabou saindo como eu imaginava. A maioria das coisas não saem. Mas, às vezes, o que acontece no lugar são as coisas boas. (...) O único verdadeiro fracasso é o fracasso de não tentar (...) Viemos aqui e tentamos, todos nós. Cada um a seu jeito. (...) Mas também é verdade que a pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada. Tudo que sabemos do futuro é que será diferente. Talvez o nosso temor é que continuará tudo igual. Então precisamos comemorar as mudanças porque alguém disse que, no fim, tudo dará certo e se não tiver dado certo, então, o fim ainda não chegou".
sábado, 20 de outubro de 2012
Despedida - parte final
Domingo, véspera de nossa partida. Acordei e já fui direto para a cozinha fazer a sobremesa para o almoço de despedida de meus colegas do curso de francês na casa da minha mais querida amiga que fiz em Paris, a Angela - uma argentina que tem a idade do meu pai e que é muito fofa, alegre e descontraída e ainda é casada com outra figuraça divertida, o Hugo. A sobremesa era crepe com recheios de banana e maçã - a massa eu comprei pronta. Um deles, o de banana, resolveu queimar e eu tive que fazer outro... Chovia muito, fazia frio quando saímos de casa e carregávamos algumas sacolas que continham coisas do cafofo que ofereci a ela já que não levaria para o Brasil (como cabides, um ferro de passar novinho, utensílios de cozinha, etc.). Como meus sapatos já estavam socados na mala, acabei usando uma sapatilha (modelo errado para a chuva) e por isso eu resmungava do frio e da chuva, mas também tentava me conformar de que isso já estava acabando e que era hora de me divertir. Chegamos. Fomos recebidos de forma muito calorosa. Estava feliz e comovida com o fato da Angela, também às vésperas de sua viagem à Argentina, oferecer um almoço em sua casa. O menu eram as famosas empanadas argentinas - uma maravilha!! Rimos muito lembrando alguns casos engraçados de nossa convivência como o dia em que resolvemos ir até a Ikea de metrô (ver post sobre minha mudança para o cafofo) e nossa dificuldade em carregar as tantas coisas que resolvemos comprar como, por exemplo, os "famosos platos blancos". Risos. Terminamos de comer e a hora de irmos se aproximava porque ainda estávamos decidindo se precisaríamos comprar uma mala extra (porque as malas estavam muito pesadas) e tínhamos que aproveitar o horário de funcionamento das lojas. Cumprimentei cada um, recebi votos de sorte e felicidade, convidei a Angela e o Hugo para nos visitarem no Brasil e, na saída, me emocionei porque ela estava na porta do apartamento com um presentinho para mim: um lindo colar de pérolas e uma pulseira que ela havia comprado na Nigéria, lugar em que morou nos últimos quatro anos. Quanta gentileza! Nos abraçamos forte, disse para ela se cuidar e ela disse que sentiria minha falta. Eu também. É engraçado ver como as relações são construídas e como nos aproximamos daqueles que temos afinidade, independentemente da idade. Eu nunca tive problemas com isso e sempre gostei de conversar com pessoas das mais variadas idades. Gosto de diversificar minhas amizades porque acho que aprendemos mais, mas não escolho ou busco isso racionalmente, apenas acontece. E assim o foi com a Angela e o Hugo. Queridos. Dali, decidimos não comprar a tal mala extra e arriscarmos (porque Jivago, com seu feeling sobre pesos e medidas, estava confiante de que todas estariam dentro do permitido). Mais tarde, e já em casa, quis sair novamente, mesmo no frio, para cumprir a tradição romântica de colocar nosso cadeado em uma ponte sobre o Sena - já fazia um certo tempo que eu havia comprado e decorado um, mas como viajamos muito nos últimos dias, não havia sobrado tempo. Escolhi uma ponte menos cobiçada, a do Museu d'Orsay - que foi a primeira que vi e cruzei logo que cheguei a Paris. Colocamos juntos nosso cadeado e joguei as chaves no Sena. Da ponte eu avistava as luzes da Torre Eiffel e é claro que estava em meus planos finais dar-lhe um até logo. Caminhamos pelas margens do Sena, passamos pela Ponte Alexandre, pelo Les Invalides, avistamos o Grand Palais e seguimos margeando o rio até o destino final. Avistei a Torre - como sempre, linda! Posso dizer que eu sou louca por ela... Acho-a tão elegante, tão harmônica com a cidade que eu não me canso de admirá-la. O frio estava aumentado, começou a chover e o músculo externo da minha panturrilha inventou de reclamar. Pegamos o metrô de volta ao cafofo. Quase um ano morando em uma cidade linda e o saldo, para mim, foi positivo. É claro que passei por apertos, tive medos, senti saudades, pensei em desistir, enfrentamos graves problemas de saúde na família de Jivago, mas perseveramos - ele muito mais que eu. Aprendi muitas coisas, compreendi outras, testei meus limites e descobri que a gente se adapta a tudo. Tive uma vida simples de estudante (ao estilo Hemingway), sem grandes luxos, mas com um grau de conforto aceitável. E, como escreveu esse escritor em seu livro, Paris é uma Festa: "Paris não tem fim, e as recordações das pessoas que lá tenham vivido são próprias, distintas umas das outras. Mais cedo ou mais tarde, não importa quem sejamos, não importa como o façamos, não importa que mudanças se tenham operado em nós ou na cidade, a ela acabamos regressando. Paris vale sempre a pena, e retribui tudo aquilo que você lhe dê".
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Despedida - parte II
Ala dedicada à arte islâmica |
O dia prometia. Hoje era dia de me despedir do Louvre e da
Mona Lisa. É claro que isso é modo de falar porque, para mim, existem muitas
outras obras mais interessantes que a Gioconda. Brincadeiras à parte, queria mesmo
era visitar as outras áreas do museu que eu ainda não conhecia, como a recém
inaugurada ala dedicada à arte Islâmica. Mas antes fui visitar a ala onde estão
os chamados “objetos de arte” e os “apartamentos de Napoleão”, simplesmente
maravilhosa! E, para mim, esses recintos decorados são mais suntuosos e
luxuosos que o próprio Palácio de Versailles - queria ter fotografado tudo de
maneira mais descente, mas a anta aqui esqueceu a máquina fotográfica em casa e
só me restou a câmera do celular... Dali, segui para a ala dos pintores
franceses, e revi as obras Renoir, Monet, Delacroix, Cézanne, etc – como eu já
tinha visto anteriormente, pouco tempo passei ali. Passei pela ala
onde a Monalisa estava e dei um sorrisinho de canto de boca para ela – como sempre,
ela estava muito assediada. Desci para ver a área mais nova do Louvre sobre a
arte Islâmica, um espaço com dois andares e três mil metros quadrados que
congrega cerca de três mil peças do século VII até XIX - o governo francês, em
parceria com os governos de Marrocos, Omã,
Arábia Saudita, Azerbaijão e Kuwait, gastou mais de cem milhões de euros
para sua criação. A exposição é muito bonita, menor que outras, mas muito
interessante. Lá, tomei conhecimento de uma arte que a gente só vê em filmes,
novelas e revista de decoração: mosaicos, tapetes, portas e janelas ricamente
entalhadas, peças de louça coloridas, adagas e muitos painéis interativos que explicam
sua trajetória no mundo. Além disso, há um vaso sírio onde suas inscrições são uma carta de amor que talvez seja a mais antiga do mundo islâmico. Algumas
horas depois e já com as pernas cansadas, deixei o Louvre e ai vem a parte mais
pitoresca do dia: na saída fui cortejada por um francês que, mesmo sabendo que
eu era casada, insistia em me acompanhar e tomar um drink. Educadamente agradeci os elogios e o convite e continuei meu
caminho até a saída pensando e rindo que, justamente em meus últimos dias
na cidade, acontecia algo assim! Já estava morta de fome quando Jivago me ligou
dizendo que a burocracia francesa entrava em cena e que, para cancelar nossa
conta no banco, eu deveria ir até lá com nossos passaportes. Putz! Respirei
fundo e 1h30 depois cheguei ao banco. Esperamos muitos minutos para o
atendimento e, assim que sentamos e expusemos o motivo de estarmos lá, veio a “boa”notícia
de que não podíamos encerrar nada naquele momento e que deveríamos fazer a solicitação,
adivinhem, por carta (já escrevi um post
sobre essa burocracia e suas benditas cartas...). Pôxa, até agora sem almoçar
para resolver a “urgência” do banco... “Almojantei” rapidinho em casa, assisti online ao capítulo de Gabriela e saímos com
uns amigos que queriam se despedir. Fomos a dois bares em uma ruazinha nas
proximidades da Place d’Italie. No
primeiro, tudo bem e até tomei uma cervejinha fraca chamada Blanche de Neige. Já no segundo... Entrei animada porque vi no cardápio externo
caipirinha e caipirosca e como música de fundo uma canção cantada por Daniela
Mercury (Feijão de Corda). Sentamos. Dos cinco amigos que restaram, apenas
Jivago e outro amigo pediram algo para beber. Ai começou a ladainha: o monsieur que nos servia meio que fechou
a cara porque o consumo era baixo e em menos de cinco minutos depois ele voltou
e, usando de um tom mais arrogante e agressivo, disse que não estávamos em uma
biblioteca e sim em um bar e mandou que nos retirássemos. Eu e Jivago acabamos
saindo irritados com o insulto e, tanto eu quanto ele, mandamos esse “simpático”
senhor para a merda. Ficamos do lado de fora esperando o restante dos nossos
amigos enquanto um dos nossos amigos, francês, tentava nos explicar que isso
era “normal” - tudo bem que na França sentar em um bar ou restaurante significa
consumir, mas existem formas mais polidas de induzir o cliente ao consumo. Outro
amigo, como um bom e típico inglês, foi relatar o ocorrido ao proprietário do
bar e se queixar da falta de polidez do seu funcionário e ouviu de uma senhora,
que estava a beber no bar, que, se o tal funcionário havia sido grosseiro é
porque nós devíamos ter feito algo de errado. Inacreditável! Meio que
desanimados e temendo que o horário de funcionamento do metrô estivesse terminando
(e estava mesmo!), resolvemos voltar para casa. Eu e Jivago entramos na estação
e, ao nos depararmos com uma grande (grande mesmo) esteira rolante e com o
risco de perdermos o último horário, começamos a correr e, para nossa surpresa,
todas as outras pessoas fizeram o mesmo! Rimos muito com isso, mesmo depois do
ocorrido no bar porque a cena parecia um flash mob em plena estação de metrô. E o incidente com o tal monsieur simpático me fez ter a certeza
de que aquele não era o meu lugar.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Despedida - parte I
Jardim de Luxemburgo |
Desde que voltei a Paris no mês passado, já sabendo sobre
minha volta definitiva, comecei a me despedir dessa cidade. Nos primeiros dias,
comecei a fazer todos os passeios e visitas aos lugares que queria e que, por
qualquer motivo, ainda não tinha tido a
oportunidade como museus, palácios, lugares fora de Paris... O olhar era nostálgico,
mas feliz. Já nos meus últimos dias decidi revisitar meus lugares preferidos.
Tracei um roteiro, conforme a geografia e as condições climáticas, e tentei me
impor disciplina. Em um desses dias, chovia muito, e resolvi conhecer a rue Moufettard onde acontecia uma famosa
feira. Convidei Jivago e fomos. Saltamos na Boulevard
Saint-Michel, dei uma olhadinha na Notre
Dame e na fonte de Saint-Michel lembrando
os tempos de aula de fonética. Enquanto esperávamos a chuva diminuir, tomamos
um chocolate quente (aguado) na Starbucks. Seguimos em direção à tal rua,
guiados pelo senso de direção, da confiança de um relógio com bússola de
Jivago. Resultado: passamos batido pela entrada que daria na rua e fizemos o
maior caminho possível na chuva e no frio. Finalmente achamos a rua. Repleta de
bares, restaurantes e barraquinhas de feira, a Rue Mouffetard é só sabores. Aproveitamos para matar as saudades da
comida árabe e, usando nossos valiosos tickets, compramos algumas esfirras variadas.
Andando e comendo, acabamos saindo entre os fundos do Pantheon e nas laterais da Igreja de Saint-Étienne. Descemos a rua
e chegamos aos Jardins de Luxemburgo. Mal entramos no outono, mas seus sinais
já eram nitidamente lindos – de fato os jardins ainda estavam floridos, mas as
cores que predominavam eram o ferrugem e amarelo pálido. Tirei algumas fotos e
pegamos a saída do jardim que dava para a nossa sorveteria preferida, a Amorino.
Jivago me fez uma surpresa ao pedir um gouffre,
uma espécie de waffle francês,
acompanhado de sorvete de chocolate e maracujá – mas faltava o meu sabor
favorito, o de pistache (Jivago esqueceu...). Então ele pediu para trocar os sabores, mas o
rapaz, apesar de já ter colocado os sorvetes, e percebendo meu olhar desolado,
fez a gentileza de colocar um pouquinho do sorvete de pistache... Merci! Seguimos andando pelo Boulevard Montparnasse, entramos na rua
Rennes e tive a idéia de ir até a
igreja da Medalha Milagrosa para agradecer. Fomos. Fiz minhas orações, me
emocionei com minhas lembranças e saímos quando começava uma missa. Depois de
alimentar a alma, era hora de alimentar o corpo novamente – e eu estava no
lugar certo porque ao lado da igreja há a Le
Grand Epicerie de Paris, uma mistura de Perini e Zona Sul numa versão “mais-que-melhorada”
com produtos dos mais variados países que vão desde frutas, verduras, carnes,
frios, chás, condimentos, especiarias, azeites, vinagres balsâmicos, mostardas,
chocolates e bebidas, até produtos de luxo da gastronomia como trufas negras e
brancas, foie gras e, claro, caviar.
Comprei algumas coisas, nada à la Festa de Babette, mas não resisti. Alguns
euros mais pobre, voltamos para casa porque à noite tínhamos um encontro em um bistrô
no Marais com um casal de amigos de Salvador que estava na cidade. Continuava a
chover, mas a noite foi muito agradável e nada melhor que tomar um beaujolais e falar português com os
amigos – tenho sentido falta disso. Quase meia noite, aceleramos o passo rumo à
estação de metrô. E no caminho, mais despedidas: dessa vez da Torre
Saint-Jacques e do Hôtel de Ville.
domingo, 14 de outubro de 2012
Segundo contato com Rodin
O Pensador |
Entrei no museu propriamente dito, um pequeno château chamado Hôtel Biron,e mais obras em bronze, moldes e outros objetos que Rodin também fazia, como alguns vasos decorativos - a obra O Beijo, estava em restauração e por isso, não estava exposta. Além disso, algumas pinturas de Van Gogh, Renoir e Monet e obras da própria Camille Claudel - outra genial escultora que foi aluna de Rodin e, mais tarde, sua colaboradora e amante. Dizem, as más/ boas línguas, que algumas de suas obras foram copiadas por ele... Findada meu estoque de fotos e terminada minha visita, fui, como de costume, dar uma olhada na boutique do museu - que, para mim, salvo a do Pompidou, era a que tinha mais produtos diferenciados em relação às outras dos outros museus. Não comprei nada porque, para variar, o que eu queria estava fora de minhas posses de estudante, mas deixa pra lá!
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
O Vale do Loire
Cidade de Amboise |
Castelo de Chambord |
Castelo de Chenonceau |
Jardins de Villandry |
Blois |
Catedral de Orleans |
Monumento em homenagem a Joana d'Arc |
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Percorrendo Versailles
Sala dos Espelhos |
O Laranjal |
O Petit Trianon |
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
A fabulosa relação entre o Musée de l'Orangerie e o outono
Semana passada visitei o pequeno Musée de l'Orangerie, um espaço localizado no Jardin des Tuillerie e muito próximo aos museus Louvre e Orsay. Eu confesso que desconhecia sua existência até o dia em que visitei o Musée d'Orsay e vi na bilheteria a venda casada de ingressos para os dois lugares. Nesse dia, estava com uma conhecida colombiana que falou maravilhas sobre ele. Mas, como naquele dia o tempo andava curto, deixei a visita ao l'Orangerie para outro dia. Chegado o dia, tomei o metrô, saltei na estação Solferino (linha 12), passei pelo Orsay, caminhei até a margem do Sena, atravessei uma das pontes (já com alguns cadeados dos enamorados), entrei no Tuilleries e lá cheguei. Logo na entrada, uma estátua de Rodin e, logo de cara, me assustei com o pequeno tamanho do museu - e eu que andei quase que correndo com medo de que eu não tivesse tempo suficiente para visitar totalmente o museu, relaxei e pensei que em 1h eu matava o espaço. Lá dentro, as primeiras salas visitadas foram às do piso superior dedicadas às Ninfeias - grandes painéis pintados por Claude Monet, cuja inspiração das obras estava nos jardins de sua morada em Giverny. Fiquei algum tempinho por ali, mas nada muito emocionante. Desci para a segunda parte do museu e cheguei às salas que continham a famosa coleção do famoso marchand Walter Guillaume, repleta de obras de Cézanne, Renoir, Modigliani, Matisse, Picasso... Obras bonitas e valiosas, mas nada que me tocasse como já aconteceu em outros museus. Porém, algo me saltou aos olhos quando visitei a sala dedicada a Guillaume, uma manchete de jornal antiga sobre a viúva desse colecionador que dizia "Le Fabuleux Destin de Mme Walter" - acho que descobri a inspiração do diretor de Amélie Poulain! Risadas à parte, dei uma olhadinha na boutique, foliei uns catálogos e fui embora. A visita me deixou um pouco frustrada e achando que faltava algo no museu. Dai resolvi andar pelo Jardim des Tuillerie, fotografando a vida que acontecia. Cruzei o Louvre, caminhei pela rua Rivoli, olhei algumas vitrines, entrei em algumas lojas e entrei na estação de metrô rumo ao cafofo. Passeio pálido como o outono, que já anuncia sua chegada.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Paris e a arte moderna - Le Pompidou
Segunda-feira. Dia dedicado à Arte Moderna. Destino? Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou. Inaugurado em 1977, a partir da iniciativa do presidente Georges Pompidou, o centro congrega, além do museu de arte moderna e contemporânea, bibliotecas, galerias, salas de cinema, livraria, boutique, cafés e restaurantes e espaços para a realização de conferências, espetáculos de dança, teatro e música e ainda oferece bolsa de estudos. Inacreditável! O Pompidou está localizado bem no coração de Paris e seu prédio, projetado por Renzo Piano e Richard Rogers, é extremamente moderno e interessante por ter sua estrutura aparente, distando, e muito, da arquitetura clássica da cidade. E ao seu redor, lindas lojinhas de designer e arte, bares e restaurantes interessantes e, claro, artistas. Cheguei no final da tarde já que o centro funciona, normalmente, até às 21h. No pátio externo ainda havia uma razoável quantidade de jovens "lagartixando" (leia-se, aproveitando o sol), artistas se apresentando e vendedores de artesanato expondo seus produtos em lonas sobre o chão (aqui também já chegou o maldito artesanato de durepox!). Ao entrar para comprar meu ingresso pude ter noção da grandiosidade daquele lugar - um gigantesco saguão com loja, livraria, café... Peguei meu mapa de informações e subi as escadas rolantes até o mezanino. Lá, havia um espaço dedicado às crianças e adolescentes - uma espécie de pequena galeria com o objetivo de promover a sensibilização e experiências artísticas nesse público. Bacana! Em Brasília, cheguei a trabalhar em um espaço cultural que também dispunha dessa iniciativa mas, as mazelas internas que beiravam o manicômio (e que dispensa qualquer comentário) impediam seu pleno andamento... Arrepios à parte por conta dessa última lembrança candanga, peguei mais uma escada rolante, só que dessa vez localizada na parte exterior do prédio, em direção ao museu.
Cheguei à área destinada às coleções contemporâneas (de 1960 aos dias atuais) e de cara uma obra de Andy Warhol sobre Elizabeth Taylor. Conceitos interessantes, linguagens diferentes, obras que eu me perguntava o que faziam ali e seus significados. Finalizei aquele andar. E, ao subir para outra galeria, descobri dois lugares: um espaço reservado para coleções das novas mídias e filmes (uma sala com vários computadores onde o visitante pode acessar essa nova forma de fazer arte) e outro espaço ao lado, o Salão do Visitante, que oferecia documentos, catálogos e materiais pedagógicos. Achei genial! E, perto das escadas, um lugarzinho dedicado às imagens táteis. Já no nível dedicado à arte moderna (de 1905 a 1960) dei de cara com três grandes painéis azuis de Miró (intituladas Bleus) - eu, particularmente, não gosto desse artista catalão, mas reconheço sua ousadia em fazer desenhos de criança no início do século passado. A partir dali, uma viagem cronológica sobre a história da arte moderna, seus movimentos (fauvismo, cubismo, abstracionismo, surrealismo...) e seus ilustres representantes: Magnelli, Picasso, Kandinsky, Kupka, Dalí, Miró, Duchamp, Pollok, Gorky, Chagall... Aliás, descobri Chagall - eu já conhecia algumas poucas coisas, mas foi ao ver a obra Les mariès de la tour Eiffel que eu me encantei. Linda obra, linda.
E em meio à apreciação de tantas obras (muitas, de fato, nada me diziam) a mais linda era aquela que se desenhava através das paredes de vidro do museu: a cidade. O Pompidou oferece uma vista maravilhosa da cidade e de onde podemos avistar a Torre Eiffel e a Sacre Coeur, por exemplo. Enfim, subi para o último andar, onde há um caro restaurante, um espaço para eventos e outra galeria onde acontecia a exposição do artista alemão Gerhard Richter, um dos mais renomados da contemporaneidade. Mas eu, não sei bem se porque os olhos já estavam cansados, não tive paciência para analisar as obras - me dei por satisfeita em olhá-las de forma descompromissada e preferi fotografar a vista da cidade e admirar os terraços floridos que o fim de verão ainda oferece. Mas eu gostei do que vi desse artista alemão. Ele terá nova chance comigo. Enfim, cansada, desci para a boutique a fim de comprar a gravura em tamanho real da obra de Chagall que eu me apaixonei. Catei, catei, catei e nada! Todas estavam lá, menos a que eu queria. Resolvi perguntar a um vendedor se, por um acaso, não haveria essa gravura no estoque porque ali embaixo eu não havia localizado. O senhor, usando de toda a gentileza que é peculiar aos franceses (ironia) respondeu secamente que se eu não havia visto ali é porque não tinha - lembrei daquele personagem do Zorra Total que dizia o bordão "tolerância zero". Talvez ele tenha inspirado o ator brasileiro...
Sai do Pompidou, atravessei seu pátio externo e entrei nas lojinhas de arte e design que ficam em seu entorno para catar a tal da gravura. Nada também. Desapontada, comprei uma água e fui caminhar mais um pouco. Atravessei o Hôtel de Ville, umas das pontes sobre o Senna, tirei algumas fotos do entardecer e peguei o metrô de volta ao cafofo. No caminho eu refiz meu "projeto terceira idade": além de florista, quero estudar história da arte. Jivago, claro, riu dessa minha volatilidade - ontem queria ser florista e hoje estudiosa da arte. Eu também ri, mas uma coisa não exclui a outra, não é mesmo?
Obra de Andy Warhol |
Les mariès de la tour Eiffel |
Sai do Pompidou, atravessei seu pátio externo e entrei nas lojinhas de arte e design que ficam em seu entorno para catar a tal da gravura. Nada também. Desapontada, comprei uma água e fui caminhar mais um pouco. Atravessei o Hôtel de Ville, umas das pontes sobre o Senna, tirei algumas fotos do entardecer e peguei o metrô de volta ao cafofo. No caminho eu refiz meu "projeto terceira idade": além de florista, quero estudar história da arte. Jivago, claro, riu dessa minha volatilidade - ontem queria ser florista e hoje estudiosa da arte. Eu também ri, mas uma coisa não exclui a outra, não é mesmo?
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Petit Tour: Saint-Chapelle, Conciergerie, Hôtel-Dieu, Torre Saint-Jacques, sorvete e sushi!
Passados alguns minutos, já estávamos adentrando na Santa Capela. A igreja foi construída entre os anos de 1242 e 1248, segundo a vontade do rei Luís IX (que se tornaria São Luis) para abrigar as relíquias da Paixão de Cristo, entre elas, a Coroa de Espinhos e parte da cruz carregada por Jesus - a Vera Cruz. A intensão em adquirir esses tesouros religiosos era aumentar o prestígio da França e tornar Paris a "Nova Jerusalém" aos olhos da Europa Medieval. Reza a lenda que o valor dessas aquisições ultrapassou, em muito, o próprio custo da construção da Saint-Chapelle. Após a Revolução, algumas dessas relíquias foram guardadas na Notre-Dame. O que torna essa igreja tão diferente e tão especial são seus lindíssimos e enormes 15 vitrais, que contam a história da humanidade - da Gênesis à Ressurreição de Cristo. Incansáveis de se admirar. Para aqueles que acham que visitar a Notre-Dame e a Sacre Coeur já é o suficiente, estão perdendo as belezas da Saint-Chapelle.
Ainda na companhia do casal brasileiro que conhecemos durante a fila, demos alguns passos em direção ao Hôtel de Ville, a fim de explicar-lhes as coordenadas para o Centro Cultural Pompidou. Ali, outra grata surpresa: o L'horloge, um antigo relógio da cidade que está localizado no prédio da Conciergerie, totalmente restaurado. Também muito lindo! Dadas as devidas informações ao casal, era hora de tomar um sorvete na Amorino, para mim, o melhor da cidade!
Mas no caminho, visitamos o Hôtel-Dieu, primeiro hospital de Paris. Muito bonito e, em seu jardim, havia um pequeno piano onde estava escrito (toque-me, eu sou seu). Achei aquilo o máximo! De ousada sentei e arranhei um "do-ré-mi-fá". Já na sorveteria, é claro que a fila era enorme já que o dia estava como um dia de janeiro na Bahia mas, valeu a pena esperar. Sorvete nas mãos, fomos caminhar pela cidade.
Atravessamos o Hôtel de Ville, caminhamos pela rua Rivoli até chegarmos às Torre Saint-Jacques - parte de uma igreja destruída durante a Revolução Francesa e que era o ponto de partida para os peregrinos que desejavam chegar a Saint Jacques de Compostella. E para finalizar o dia, nada como passar no japonês perto de casa, comer um pouquinho e pagar com ticket-refeição, claro!
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Musée de Cluny - Museu Nacional da Idade Média
Minha visita começou pelos seus jardins, nada comparável aos de Luxemburgo, mas aconchegante. Segui para comprar meu ingresso, guardei meu casaco na chapelaria e adentrei séculos atrás. Vitrais, esculturas, tapeçarias, pinturas, objetos sacros, jóias, armas, ferramentas e tudo aquilo que podemos ver em filmes e nos livros de escola. Confesso que, apesar desse grande acervo e do meu entusiasmo em me deparar com coisas tão antigas, nada me encheu muitos os olhos - não sei se porque eu já havia visto muito da era medieval em minhas andanças ou se não me identifico com essa parte da história.
Mas, posso dizer que tudo mudou quando adentrei nas áreas destinadas à era romana (sim, Paris também foi dominada pelos romanos!), da época em que a cidade ainda era chamada de Lutércia. Nossa, eu fiquei fascinada em poder admirar objetos, estátuas e partes de construções datadas de, por exemplo, 14 e 37 D.C - isso quer dizer que elas existem há quase dois mil anos!!!!. As Termas Galo-Romanas, do século I, também são algo espetacular. De fato, elas não mais existem, o que há são as ruínas desse lugar, mas bem preservadas. Esse sítio arqueológico romano é o único vestígio da antiga Paris. O Musée de Cluny pode não ser, ao meu ver, um daqueles lugares obrigatórios para se visitar na cidade, mas tem seu valor e é indispensável para se conhecer mais sobre como a Lutércia se transformou nessa linda Paris.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Mont Saint-Michel e realização de um sonho
Tombado pela Unesco como patrimônio mundial, o santuário começou a ser construído em 708 D.C (isso mesmo!) em homenagem a São Miguel - e por isso, há uma linda e imponente estátua dourada do arcanjo no topo da abadia. No século X, com a chegada dos monges beneditinos à abadia, uma pequena vila foi sendo formada aos pés do monte e, assim, começou a ser povoado. O Mont Saint-Michel serviu ainda de fortaleza durante a Guerra dos Cem Anos (entre França e Inglaterra) e por isso é considerado um dos símbolos da identidade francesa já que jamais conseguiu ser tomado pelos ingleses. Alguns historiadores afirmam que as visões de Joana D'Arc do arcanjo São Miguel apelando para que os franceses expulsassem os ingleses das terras Francas são atribuídas às histórias heroicas de defesa do Mont Saint-Michel durante um massivo ataque inglês em 1424. No século XVI, o monte serviu como prisão. Os detalhes da história desse patrimônio mundial podem ser conferidos nos pequenos quatro museus que o monte abriga - particularmente só indico a visitação do Museu Histórico porque oferece uma visão mais geral. Além dos museus, há a simples, mas linda Abadia (localizada no topo do monte), casinhas de pedra, restaurantes e lojinhas atraentes que abrigam os mais variados souvenirs - tapeçarias medievais, semi-jóias, porcelanas, gravuras, livros e tudo mais que todo turista adora comprar!
Depois de muito caminhar pelas ruelas sob um sol forte e um céu muito limpo e azul, descemos para a praia e, assim, pudermos admirará-lo sob outra perspectiva. A maré estava baixa e por isso deu para caminhar tranquilamente. Fiquei ali imaginando quantas batalhas haviam acontecido sobre aquelas areias. E deparar-se com a história é fascinante! Pés sujos, pele ardendo de sol e olhos nada cansados de admirar a paisagem, era hora de pegarmos o ônibus de volta a Rennes. Confesso que deu um aperto de deixar aquele lugar para trás, mas uma vontade certeira de retornar já havia se instalado. Definitivamente, eu ali ficaria por mais algumas horas somente a contemplar e a imaginar sua história. Sonho realizado.
Le Galopin
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Pausa para férias
Queridos,
Como muitos já sabem, amanhã desembarco no Brasil. Então, até o meu regresso à Cidade Luz, nada de posts!
À tout à l'heure!!!
Assinar:
Postagens (Atom)