domingo, 24 de junho de 2012

Hôtel des Invalides e o Mundo da Guerra

Hôtel National des Invalides: esse foi o meu destino de hoje. Em um dia chuvoso em Paris, nada melhor que ir a um museu. Construído a "pedido" de Luis XIV com o objetivo de acolher os soldados inválidos de seu exército, hoje o Hôtel segue com esse fim, abrigando também veteranos de guerra. Porém, seu espetacular conjunto arquitetônico transformou-se em um dos principais monumentos da cidade, fazendo parte desse conjunto o Musée L'Armée, o Historial Charles de Gaulle, a Église Saint-Louis des Invalides e a Église du Dôme onde estão sepultados ilustres militares e, claro, Napoleão Bonaparte. Comecei pelo Musée L'Armée, incrivelmente organizado. Lá é possível conhecer toda a história bélica francesa, desde a época medieval (com lindas e incríveis armaduras - e posso dizer que as italianas são insuperáveis na beleza) até as duas grandes guerras mundiais, passando pelas conquistas napoleônicas. O acervo conta com muitas armas, objetos e vestimentas representantes de cada época e, claro, documentos. O bélico tinha sua arte - as armas mais antigas eram delicadamente talhadas e repletas de desenhos nitidamente feitos por artesãos/ artistas. Porém, o que mais me chamou a atenção foram os recortes sobre as duas grandes guerras mundiais. As alas são cheias de armas, objetos, réplicas, fotos e até pequenos filmes. Vendo tudo isso, e assistindo a alguns desses vídeos, pude perceber o quanto essa traumática experiência de viver durante guerras está muito longe da realidade brasileira - ainda que o Brasil tenha passado por uma ditadura militar. Vi ali o quanto a tomada de Paris por Hitler feriu os franceses e o quanto ficaram eufóricos com a derrota nazista. Vi ali o quanto a resistência tem valor (e no caso francês isso se deve muito ao general e político Charles de Gaulle). Ali achei explicação para tanto engajamento que vejo por aqui. Depois desci para o setor dedicado a de Gaulle. Fantástico! O espaço é totalmente interativo e repleto de vídeos. Acho que, no Brasil, o lugar que mais se aproxima do que vi ali é o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Pausa para tomar uma água e dar uma olhadinha na lojinha do museu, segui para a parte que mais estava curiosa para visitar: o mausoléu de Napoleão Bonaparte. Colossal! Sua tumba está localizada exatamente sob a cúpula dourada do conjunto arquitetônico (que pode ser vista praticamente de toda Paris) e ao redor do seu sarcófago foram esculpidas doze imagens que representam suas vitórias. Dizem até que aquele que der três voltas em torno de sua tumba, terá sorte - do jeito que as coisas andam por aqui, preferi não colocar em prática essa superstição sob pena de causar algum dano ao lugar... Durante minha visita ao museu pude ver ainda alguns trajes dele e posso dizer que, realmente, Napoleão era, digamos, desfavorecido no quesito altura (para não dizer "baixinho" mesmo!). É possível ainda ver seu cavalo preferido empalhado. Isso mesmo: empalhado! E sabe aquela famigerada piada sobre "qual a cor do cavalo branco de Napoleão"? Pois bem, depois dessa visita, nunca mais caio nela! Excessos a parte, o museu vale uma visita tanto para quem gosta da temática, quanto para quem quer apenas entender um pouco sobre a história do Mundo, da Europa e da França através dos vermelhos olhos da guerra.
                          
                                  Sarcófago de Napoleão...
 ... e seu cavalo preferido 








sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Deliciosa Comida Togolesa em Paris

Bandeira do Togo
Essa semana tive uma experiência gastronômica surpreendente e agradável: conheci a comida togolesa. Era a despedida de uns amigos de Jivago (o verão em Paris também é marcado por partidas e chegadas) e um deles era do Togo. O Melo Togo é um restaurante simples, nada caro e fica em Montmartre, bairro boêmio da Cidade Luz. A minha surpresa começou logo quando entrei no restaurante e vi a grande semelhança com a Bahia. De verdade, parecia que eu estava em um daqueles simples e aconchegantes restaurantes do Pelourinho ou da Cidade Baixa tamanha a semelhança da decoração, das cores, dos objetos... Eu sempre soube que tínhamos muita influência da África, mas nunca havia visto isso tão de perto. Me senti em casa. E fiquei feliz como uma criança quando a dona do restaurante nos trouxe uma porção de banana frita!!! Pedimos dois tipos de prato: peixe grelhado e frango frito (ambos divinos!) acompanhados de arroz, farofa d'água e mais banana frita (huuummmm...). A senhora nos ofereceu também uma espécie de caldo apimentado com caranguejo, também muito gostoso, e dois tipos de batidas engarrafadas em pequenas pets de Coca-Cola: uma muito saborosa feita com hibiscos e outra sensacional feita com gengibre - Yves, o amigo togolês, até me advertiu que eu deveria tomá-la diluída em água porque era forte, mas ele retirou imediatamente seu comentário quando lembrou que eu era brasileira! Foi uma noite muito divertida onde eu pude conhecer um pouco da gastronomia de um país que pouca gente sabe que existe, onde eu pude matar um pouco das saudades da minha Bahia e, principalmente, onde eu pude celebrar a simplicidade e a diversidade.

Serviço
Restaurant Melo Togo
144, rue Marcadet 
(linha 12, estação Lamarck-Caulaincourt)
75018 - Paris

Fête de la Musique: a celebração do verão!

É chegado o verão no Velho Continente e é engraçado ver como eles comemoram e reverenciam o sol! Para nós que vivemos em um país onde as estações do ano se misturam essa celebração soa estranha, mas por aqui não. Cheguei a Paris em pleno inverno e, depois de passar alguns duros meses de dias frios, chuvosos e de ventos cortantes, o sol deve mesmo ser festejado. O clima da cidade realmente muda e me faz pensar naqueles contos infantis sobre formigas, cigarras, gafanhotos e porquinhos... Já é possível ver pessoas menos vestidas, ver cores, ver parques e jardins repletos e encontrar frutas! Realmente o verão merece uma festa e, por aqui, ela acontece com muita música, é Fête de la Musique. O evento, criado há 30 anos pelo Ministério da Cultura Francês, é realizado sempre em 21 de junho, dia do solstício de verão e conta com diversas manifestações musicais de todos os estilos espalhados pela cidade. E o melhor, de graça! Então, lá fui eu celebrar o verão! A atmosfera é de carnaval e há pessoas de diferentes idades! Descemos na estação Notre-Dame-de-Champs e fomos caminhando até os Jardins de Luxemburgo. De cara havia um DJ em plena pracinha. Adentramos pelos jardins e já nos deparamos com uma fanfarra de sopro muito divertida. Pegamos o Boulevard Saint-Michel e já havia algumas bandinhas de rock a tocar. Encontramos alguns amigos, compramos um vinho e seguimos descendo o Boulevard. Nos deparamos com uma linda e enorme bateria montada em plena calçada e resolvemos esperar para ver o "show". E foi. De lá entramos pelas ruelas que ficam nas proximidades da estação Cluny e já estávamos em pleno show dançante que mais parecia uma micareta. Eu, claro, me joguei na coreografia. Continuamos nossa caçada e, depois de vermos uma apresentação de pop/ rock francês próximo à livraria Shakespeare and Company, atravessamos a Île de la Cité (com direito a uma paradinha na Catedral de Notre-Dame), passamos pelo Hôtel de Ville e chegamos às imediações de Châtelet onde estava rolando uma festinha eletrônica. Havia muitos jovens, um performer - que do alto de um poste fazia movimentos engraçados, alguns mendigos dançando com seus fofos cachorros e, pasmem, um cabeleireiro que, de pé e com apenas uma tesoura na mão, cortava os cabelos de uma corajosa moça. Dado que o corte de cabelo aqui é absurdamente caro, se eu tivesse tomado um pouco mais de vinho, tinha me arriscado! Ficamos ainda um tempo por ali observando o comportamento das pessoas e como tudo aquilo era distante do que estamos acostumados - não se vê ambulantes vendendo bebidas, por exemplo, mas também podemos transitar calmamente pela cidade e termos a certeza de voltar para casa utilizando transporte público.  
Depois de comermos um crepe, seguimos para a estação de metrô com destino ao nosso cafofo - nesse dia ônibus, RER e metrô (algumas estações) funcionam durante toda a madrugada. Para quem já trabalhou com produção cultural, é fascinante ver esse tipo de manifestação acontecer durante tantos anos e de forma tão bacana, organizada, ordeira e festiva! 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Fim de uma Etapa e o Dia dos Namorados...

Depois de quase quatro meses de aulas intensivas de francês e de enfrentar dois testes, um escrito de 3h e outro oral, é chegada a hora de receber meu diploma elementaire. Apesar de ser apenas um curso de francês, a cerimônia foi realizada no lindo e histórico anfiteatro da Sorbonne que, segundo o próprio orador, era raramente aberto - apenas para receber chefes de Estado, entre eles, Mandela! Oulala! Seguindo quase todos os protocolos de uma cerimônia de graduação (porque até beca usamos!), ela durou cerca de 2h30 e o homenageado foi o teatrólogo Eugène Ionesco, um dos ícones do Teatro do Absurdo, representado por sua filha. Havia, certamente, mais de duzentos alunos das mais variadas nacionalidades, algumas até que eu nem sabia que existia, e cada um foi chamado, individualmente, para receber seu diploma das mãos de um dos representantes da Sorbonne - o Monsieur que me recepcionou tinha um filho nascido em Recife e disse conhecer e amar a Bahia! Que coincidência! Recebi dele félicitations e, para não perder o costume, na saída escorreguei e quase beijava o chão (risos)! Dali, famintos e sendo também dia dos namorados, resolvemos, eu e Jivas, celebrarmos com um almoço em um bistrô qualquer que simpatizássemos durante nossa caminhada de volta para casa. Achamos um bem bacana nas imediações do Boulevard Saint-Germain. Provei os famosos scargorts, que são deliciosos, e uma salada muito bem temperada que continha pedaços de uma saborosa carne de pato - que só depois fui saber que era o seu esôfago!!! Depois passamos em uma patisserie, compramos uma daquelas torteletas de frutas e fomos a uma pracinha qualquer para comermos.  E assim foi. Mesmo sendo apenas um curso de francês, fiquei feliz em ter vencido esse desafio que me fez levantar cedo em muitos dias de intenso frio, que me fez conhecer melhor essa língua tão rica e apaixonante, que me fez vencer alguns medos, que me fez conhecer mais essa linda cidade enquanto me dirigia às aulas e, principlamente, que me deu a oportunidade de conviver e conhecer belas pessoas.

Père-Lachaise e o "deus" da fecundidade...


Ainda sobre minha visita ao Père-Lachaise, devo fazer esse comentário separadamente tamanha a sua peculiaridade.... Caminhando pelas ruelas do cemitério a procura do túmulo de Molière, deparo-me com uma sepultura onde havia uma perfeita estátua de bronze, em tamanho real, deitada sobre ela. Parei para ver se se tratava de algum dos artistas a quem eu procurava quando Jivago me chamou a atenção para um detalhe que eu, como mulher, nem havia reparado: toda a estátua estava homogênea em relação à sua cor, exceto a parte genital que estava "lustrada" como se pessoas estivessem passando a mão constantemente. E como isso não saiu da minha cabeça, resolvi pesquisar sobre aquele túmulo e seu dono. E eis que me deparo com uma superstição, no mínimo, pitoresca! Trata-se de Victor Noir, um jovem e promissor jornalista francês de 22 anos que faleceu duelando com um sobrinho de Napoleão às vésperas de seu casamento. Sua morte causou grande comoção na cidade. Não se sabe ao certo como isso começou, mas reza a lenda que a mulher que deseja engravidar deve seguir o seguinte ritual com a estátua de bronze: beijar sue lábios, depositar uma flor em seu chapéu e tocar os "países baixos". Assim, certamente a cegonha baterá à sua porta! Afrodite e Ísis que se cuidem porque Victor Noir, pelo menos aqui em Paris, é o símbolo da fecundidade...



domingo, 10 de junho de 2012

Père-Lachaise e seus Ilustres

Hoje resolvi fazer um passeio inusitado à la Flávia Figueirêdo, uma amiga que me chamou a atenção para a arte desse tipo de lugar, o cemitério. Nesse caso, o Père-Lachaise - o maior de Paris e talvez o mais famoso do mundo. Aberto em 1804,  seu nome é uma homenagem a François d'Aix de la Chaise, confessor de Luís XIV. Como todo cemitério, ele é cercado de lindas árvores, de um silêncio sepulcral (desculpem pelo trocadilho... rsrs) e de túmulos que são verdadeiras obras de arte - muitos até meio abandonados. Mas, o que torna esse lugar peculiar é a antiguidade de alguns mausoléus (cheguei a ver uns que datavam do século XIX), além dos seus ilustres hóspedes como Édith Piaf, Jim Morrison, Chopin, Molière, Balzac, Oscar Wild, Proust, Bourdieu, Delacroix e, claro, Allan Kardec.  Visitamos quase todos esses. O túmulo de Jim Morrison é um dos mais visitados e animados, tanto que foi preciso colocar uma barricada, e quando chegamos lá estavam alguns jovens tomando umas cervejas... Outro que me chamou a atenção foi o lar eterno do escritor Oscar Wilde que precisou ser envolto em uma espécie de redoma de vidro, de tando assédio, principalmente dos jovens - em forma de escritos, flores, poemas, frases, assinaturas e, pasmem, marcas de batom! Mas, sem dúvida, aqueles que mais fiz questão de visitar foram os túmulos de Piaf, Molière e Allan Kardec - este último era o que mais flores tinha e foi o que mais me tocou não só pela minha crença, mas também pela energia do lugar. 18h e um "delicado" senhor nos convida a sair do cemitério e no portão uma senhora tocava uma sineta ensurdecedora, acho que para nos mostrar o caminho de volta ao barulhento mundo dos vivos. 
Oscar Wilde
Allan Kardec





sábado, 9 de junho de 2012

Shakespeare and Company: a livraria mais charmosa de Paris

Depois de ir nas proximidades do Panthéon para pegar o resultado final do curso de francês (voilà, passei! Mas isso vale um outro post), segui, na companhia de Jivas, para um pub, o The Bombardier, localizado na Place du Panthéon para assistirmos à semi-final de Rolland Garros com uns amigos dele. Depois de passarmos algumas horas bebendo e conversando, nos despedimos do pessoal e fomos à procura de uma boulangerie para lancharmos. No meio do caminho me deparei com uma patisserie tunisiana que tinha expostas em sua vitrine umas delícias... Resolvemos experimentar um pouco dessas iguarias - de fato elas são mais açucaradas do que os doces franceses, mas muito bons também! Seguimos comendo e andando pelas ruas apenas admirando o movimento da vida e das pessoas. Foi quando resolvi ir até a Shakespeare and Company, sem dúvida a livraria mais famosa e charmosa de Paris! Há muito queria visitá-la e sempre que passava por ela a caminho das aulas de fonética prometia fazer isso, mas por algum motivo eu sempre adiava esse visita. Especializada em livros em inglês, ela foi criada em 1951 pela editora e escritora Sylvia Beach, e, logo depois, teve George Whitman como proprietário. A livraria foi frequentada por grandes artistas e escritores como James Joyce, Ernerst Hemingway, Ezra Pound, Scott Fitgerald e Gertrude Stein. 

Entrei e me encantei. A decoração da livraria é vintage, uma mistura das décadas de 20 com 50. Há paredes forradas, de cima a baixo, por livros e mais livros, outras repletas de recados e bilhetes escritos nas mais variadas línguas deixados pelos seu frequentadores. No térreo ainda é possível ver um pseudo "poço dos desejos" contendo algumas moedas e um bilhete que diz mais ou menos "ajude os escritores iniciantes". Subindo uma estreita e antiga escada de madeira cheguei ao segundo andar e meu encantamento só aumentou. Dei de cara com uma "cama", local onde os escritores recém chegados a Paris podiam dormir caso não tivessem como pagar sua estada na Cidade Luz. Comecei a ouvir o som de um piano, me dirigi à sala e mal podia acreditar no que via: uma moça tocando realmente um pequeno "piano", dois rapazes jogando xadrez (sim porque há uma mesa com um tabuleiro) e outras pessoas lendo... Segui minha exploração encantada com o que via e pensando em como algumas amigas amariam aquele lugar (não é, Vanessa Salles e Flávia Figueirêdo?). 

Meu encantamento continuou aumentando e foi aí que vi um cantinho onde havia uma máquina de escrever disponível para quem quisesse experimentar, para as gerações mais novas, e para os que quisessem apenas matar as saudades de uma época nem tão remota assim. Por fim, cheguei à sala que dá para a frente da livraria e parecia que estava em uma sala de leitura particular: uma escrivaninha com um jarro de flores, prateleiras cheias de livros e várias poltronas e cadeiras para qualquer um sentar e ler ou simplesmente ficar ali. Engraçado que relendo Paris é uma Festa, de Ernest Hemingway - um frequentador assíduo, há uma parte do livro em que ele relata a descoberta desse lugar, o descreve ligeiramente e comenta com sua esposa sobre a maravilha de ter achado a Shakespeare and Company. De lá para cá, provavelmente, algumas coisas mudaram, mas continua sendo um lugar de encontro, promotora de eventos literários e prezando pelo seu lema "Be not inhospitable to strangers, lest they be angels in disguise". Hemingway estava certo, a Shakespeare and Company é um lugar maravilhoso...



SERVIÇO



sábado, 2 de junho de 2012

Canais de Paris: Saint Martin e L'Ourcq


Canal de Saint Martin
Cena do filme O Fabuloso Destino
de Amélie  Poulain
 
Hoje sai de casa com o objetivo de conhecer o Canal de Saint Martin por indicação de um de meus professores de francês. O local serviu de cenário para o filme que eu adoro, O Fabuloso Destino de Amélie  Poulain - cena em que Amélie, sobre uma ponte, jogava pedrinhas na água... O canal estava meio sujo e repleto de jovens e famílias que faziam pique-nique às suas margens. A tribo é mais alternativa e vê-se que não são turistas. Avistamos ainda um pequeno e engraçado show de rock que contava com alguns gatos pingados a apreciar - figurino engraçado, vocalista desafinadíssima e "público" dançando enlouquecidamente... Pitoresco! Seguindo o canal em direção à estação de metrô Jaurés encontramos bares, restaurantes e cinemas às suas margens. Daí já entramos em outro canal, o de L'Ourcq, mais minha cara: grandes barcos enfeitados (alguns próprios para passeios turísticos e outros residenciais) grupos de jovens fazendo pique-nique, outros jogando Bocha, outros sentados nos bares e café e alguns mini-shows que começam ao escurecer.
Canal de L'Ourcq
Atravessamos uma das suas pontes e já estávamos no 19ème arrondissement, quartier que tem seu charme pela sua mistura cultural (árabes, judeus, latinos, africanos, indianos, eslavos, asiáticos, etc), mas que, ao meu ver, se distancia da atmosfera parisiense que vemos em fotografias e filmes. Ficamos um tempo por ali admirando o lugar e observando as pessoas que ali passavam. Compramos uma baguette em uma boulangerie que ficava em frente à estação do metrô e tomamos o caminho de volta para casa. O passeio vale a pena para conhecer uma Paris fora do circuito turístico tradicional. Se não quiser levar bebidas e bilisquetes, não se preocupe porque há alguns mercados nos arredores dos dois canais e, no verão, chegue mais cedo porque o cair da noite é o horário mais cheio!