quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Paris e a arte moderna - Le Pompidou

Segunda-feira. Dia dedicado à Arte Moderna. Destino? Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou. Inaugurado em 1977, a partir da iniciativa do presidente Georges Pompidou, o centro congrega, além do museu de arte moderna e contemporânea, bibliotecas, galerias, salas de cinema, livraria, boutique, cafés e restaurantes e espaços para a realização de conferências, espetáculos de dança, teatro e música e ainda oferece bolsa de estudos. Inacreditável! O Pompidou está localizado bem no coração de Paris e seu prédio, projetado por Renzo Piano e Richard Rogers, é extremamente moderno e interessante por ter sua estrutura aparente, distando, e muito, da arquitetura clássica da cidade. E ao seu redor, lindas lojinhas de designer e arte, bares e restaurantes interessantes e, claro, artistas. Cheguei no final da tarde já que o centro funciona, normalmente, até às 21h. No pátio externo ainda havia uma razoável quantidade de jovens "lagartixando" (leia-se, aproveitando o sol), artistas se apresentando e vendedores de artesanato expondo seus produtos em lonas sobre o chão (aqui também já chegou o maldito artesanato de durepox!). Ao entrar para comprar meu ingresso pude ter noção da grandiosidade daquele lugar - um gigantesco saguão com loja, livraria, café... Peguei meu mapa de informações e subi as escadas rolantes até o mezanino. Lá, havia um espaço dedicado às crianças e adolescentes - uma espécie de pequena galeria com o objetivo de promover a sensibilização e experiências artísticas nesse público. Bacana! Em Brasília, cheguei a trabalhar em um espaço cultural que também dispunha dessa iniciativa mas, as mazelas internas que beiravam o manicômio (e que dispensa qualquer comentário) impediam seu pleno andamento... Arrepios à parte por conta dessa última lembrança candanga, peguei mais uma escada rolante, só que dessa vez localizada na parte exterior do prédio, em direção ao museu. 

Obra de Andy Warhol
Cheguei à área destinada às coleções contemporâneas (de 1960 aos dias atuais) e de cara uma obra de Andy Warhol sobre Elizabeth Taylor. Conceitos interessantes, linguagens diferentes, obras que eu me perguntava o que faziam ali e seus significados. Finalizei aquele andar. E, ao subir para outra galeria, descobri dois lugares: um espaço reservado para coleções das novas mídias e filmes (uma sala com vários computadores onde o visitante pode acessar essa nova forma de fazer arte) e outro espaço ao lado, o Salão do Visitante, que oferecia documentos, catálogos e materiais pedagógicos. Achei genial! E, perto das escadas, um lugarzinho dedicado às imagens táteis. Já no nível dedicado à arte moderna (de 1905 a 1960) dei de cara com três grandes painéis azuis de Miró (intituladas Bleus) - eu, particularmente, não gosto desse artista catalão, mas reconheço sua ousadia em fazer desenhos de criança no início do século passado. A partir dali, uma viagem cronológica sobre a história da arte moderna, seus movimentos (fauvismo, cubismo, abstracionismo, surrealismo...) e seus ilustres representantes: Magnelli, Picasso, Kandinsky, Kupka, Dalí, Miró, Duchamp, Pollok, Gorky, Chagall... Aliás, descobri Chagall - eu já conhecia algumas poucas coisas, mas foi ao ver a obra Les mariès de la tour Eiffel que eu me encantei. Linda obra, linda.
Les mariès de la tour Eiffel
E em meio à apreciação de tantas obras (muitas, de fato, nada me diziam) a mais linda era aquela que se desenhava através das paredes de vidro do museu: a cidade. O Pompidou oferece uma vista maravilhosa da cidade e de onde podemos avistar a Torre Eiffel e a Sacre Coeur, por exemplo. Enfim, subi para o último andar, onde há um caro restaurante, um espaço para eventos e outra galeria onde acontecia a exposição do artista alemão Gerhard Richter, um dos mais renomados da contemporaneidade. Mas eu, não sei bem se porque os olhos já estavam cansados, não tive paciência para analisar as obras - me dei por satisfeita em olhá-las de forma descompromissada e preferi fotografar a vista da cidade e admirar os terraços floridos que o fim de verão ainda oferece. Mas eu gostei do que vi desse artista alemão. Ele terá nova chance comigo. Enfim, cansada, desci para a boutique a fim de comprar a gravura em tamanho real da obra de Chagall que eu me apaixonei. Catei, catei, catei e nada! Todas estavam lá, menos a que eu queria. Resolvi perguntar a um vendedor se, por um acaso, não haveria essa gravura no estoque porque ali embaixo eu não havia localizado. O senhor, usando de toda a gentileza que é peculiar aos franceses (ironia) respondeu secamente que se eu não havia visto ali é porque não tinha - lembrei daquele personagem do Zorra Total que dizia o bordão "tolerância zero". Talvez ele tenha inspirado o ator brasileiro... 

Sai do Pompidou, atravessei seu pátio externo e entrei nas lojinhas de arte e design que ficam em seu entorno para catar a tal da gravura. Nada também. Desapontada, comprei uma água e fui caminhar mais um pouco. Atravessei o Hôtel de Ville, umas das pontes sobre o Senna, tirei algumas fotos do entardecer e peguei o metrô de volta ao cafofo. No caminho eu refiz meu "projeto terceira idade": além de florista, quero estudar história da arte. Jivago, claro, riu dessa minha volatilidade - ontem queria ser florista e hoje estudiosa da arte. Eu também ri, mas uma coisa não exclui a outra, não é mesmo?







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