sábado, 9 de junho de 2012

Shakespeare and Company: a livraria mais charmosa de Paris

Depois de ir nas proximidades do Panthéon para pegar o resultado final do curso de francês (voilà, passei! Mas isso vale um outro post), segui, na companhia de Jivas, para um pub, o The Bombardier, localizado na Place du Panthéon para assistirmos à semi-final de Rolland Garros com uns amigos dele. Depois de passarmos algumas horas bebendo e conversando, nos despedimos do pessoal e fomos à procura de uma boulangerie para lancharmos. No meio do caminho me deparei com uma patisserie tunisiana que tinha expostas em sua vitrine umas delícias... Resolvemos experimentar um pouco dessas iguarias - de fato elas são mais açucaradas do que os doces franceses, mas muito bons também! Seguimos comendo e andando pelas ruas apenas admirando o movimento da vida e das pessoas. Foi quando resolvi ir até a Shakespeare and Company, sem dúvida a livraria mais famosa e charmosa de Paris! Há muito queria visitá-la e sempre que passava por ela a caminho das aulas de fonética prometia fazer isso, mas por algum motivo eu sempre adiava esse visita. Especializada em livros em inglês, ela foi criada em 1951 pela editora e escritora Sylvia Beach, e, logo depois, teve George Whitman como proprietário. A livraria foi frequentada por grandes artistas e escritores como James Joyce, Ernerst Hemingway, Ezra Pound, Scott Fitgerald e Gertrude Stein. 

Entrei e me encantei. A decoração da livraria é vintage, uma mistura das décadas de 20 com 50. Há paredes forradas, de cima a baixo, por livros e mais livros, outras repletas de recados e bilhetes escritos nas mais variadas línguas deixados pelos seu frequentadores. No térreo ainda é possível ver um pseudo "poço dos desejos" contendo algumas moedas e um bilhete que diz mais ou menos "ajude os escritores iniciantes". Subindo uma estreita e antiga escada de madeira cheguei ao segundo andar e meu encantamento só aumentou. Dei de cara com uma "cama", local onde os escritores recém chegados a Paris podiam dormir caso não tivessem como pagar sua estada na Cidade Luz. Comecei a ouvir o som de um piano, me dirigi à sala e mal podia acreditar no que via: uma moça tocando realmente um pequeno "piano", dois rapazes jogando xadrez (sim porque há uma mesa com um tabuleiro) e outras pessoas lendo... Segui minha exploração encantada com o que via e pensando em como algumas amigas amariam aquele lugar (não é, Vanessa Salles e Flávia Figueirêdo?). 

Meu encantamento continuou aumentando e foi aí que vi um cantinho onde havia uma máquina de escrever disponível para quem quisesse experimentar, para as gerações mais novas, e para os que quisessem apenas matar as saudades de uma época nem tão remota assim. Por fim, cheguei à sala que dá para a frente da livraria e parecia que estava em uma sala de leitura particular: uma escrivaninha com um jarro de flores, prateleiras cheias de livros e várias poltronas e cadeiras para qualquer um sentar e ler ou simplesmente ficar ali. Engraçado que relendo Paris é uma Festa, de Ernest Hemingway - um frequentador assíduo, há uma parte do livro em que ele relata a descoberta desse lugar, o descreve ligeiramente e comenta com sua esposa sobre a maravilha de ter achado a Shakespeare and Company. De lá para cá, provavelmente, algumas coisas mudaram, mas continua sendo um lugar de encontro, promotora de eventos literários e prezando pelo seu lema "Be not inhospitable to strangers, lest they be angels in disguise". Hemingway estava certo, a Shakespeare and Company é um lugar maravilhoso...



SERVIÇO



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