terça-feira, 2 de outubro de 2012

Percorrendo Versailles

Depois de adiar por tanto tempo minha visita a Versailles, pelos mais variados motivos e desculpas, finalmente chegou o dia de conhecer a monarquia francesa de que tanto minha amiga Flávia, vulgo Flávia XIV (em homenagem ao Rei Sol), falava nos tempos da faculdade. Um dos motivos para eu ter protelado a visita foi o fator clima porque eu sempre ouvi as pessoas falarem maravilhas dos jardins e do quanto era divertido fazer um pique-nique por lá - sempre olhando sites meteorológicos, esperei por um dia de sol. Comprei antecipadamente os ingressos no site do próprio château - pacote completo que engloba os jardins, o Palácio de Versailles, além do Petit e Grand Trianon. Dia de sol, acordamos cedo, passamos no mercado para comprar nosso lanche/ pique-nique (sim, porque é muito caro lanchar por lá) e seguimos em direção à estação do RER C que nos levaria até o château. Na estação, comprei meu bilhete de ida e, para evitar fila, comprei também o de volta. Em torno de meia hora já estávamos lá. Andamos mais uns 10 minutos da estação até o palácio e, de longe já avistava um fila para entrar, porém, ela andava em uma velocidade até rápida. Entramos e já fui logo pegar meu mapa - para minha surpresa, havia versão em português (de Portugal, mas tudo bem!) e descobri que podia ter acesso ao aparelho de audiogruia gratuitamente na versão português (com sotaque de Portugal, mas...). E eu achando 18,00 caro... 
Sala dos Espelhos
Logo no começo um aglomerado perturbador de gente se espremendo para ver e fotografar a capela real. Sai correndo dali, adentrei na primeira sala e, para meu desespero, a "muvuca" continuava - tudo bem que sou de Salvador e que já deveria estar acostumada com aglomeração de pessoas por conta do carnaval, mas meio que fiquei zonza e achei que não ia poder aproveitar e admirar tudo aquilo no meu tempo e sim no tempo das fotos do outros. E nisso, comecei a achar os asiáticos um porre - sim, porque eles fotografam tudo, andam em bando, a gente não entende nada do que elas falam e ainda por cima não podem ver uma etiqueta com preço que eles saem comprando (isso foi um pouco de inveja, confesso). Mas, Jivago vendo a minha cara, me "conformou" dizendo: "relaxe porque vai ser assim o tempo todo". Bom, diante disso, e sem querer acabar com o meu passeio, fingi que estava em pleno carnaval de Salvador e vesti meu "abadá". O Palácio de Versailles, considerado o maior da Europa, começou a ser construído por volta de 1624 com Luis XIII, porém era uma estrutura simples e pequena. Foi com Luís XIV, o Rei Sol, que o palácio foi ampliado e adornado já que ali seria o centro da corte. Durante os reinados de Luis XV e Luis XVI, Versailles passa por uma renovação e é transformado em museu após a Revolução - período em que foi destituído o regime absolutista. Sem dúvida todas as salas, salões e quartos abertos à visitação são ricamente decoradas e nos dá uma ideia do luxo e da opulência da época. Os quartos do rei e da rainha são magníficos mas, a famosa Sala dos Espelhos é a parte mais deslumbrante. Fiquei encantada! 
O Laranjal
Depois de percorrer todo o castelo, descemos para explorar os jardins. A simetria e a grandiosidade me chamaram a tenção e, infelizmente, as fontes d'água estavam desligadas... Uma pena! Os jardins podem ser percorridos de diversas formas como, por exemplo, de bicicleta ou mesmo de carrinho de golfe (o aluguel custa 30,0 por 1h). Como a grana estava curta, usei minhas pernocas e demoramos umas 3h entre caminhadas, paradas e contempladas. As partes mais conhecidas são aquelas que ficam mais próximas ao château como o laranjal (localizado à esquerda do castelo), a bacia de Neptuno (localizado à direita), o grande canal e, claro, os inúmeros bosques repletos de fontes. Contudo, A Vila da Rainha é especial porque é uma espécie de fazenda-vila medieval com arquitetura rústica, construída a pedido de Maria Antonieta, que atualmente funciona como uma espécie de "fazenda pedagógica" com animais e que recebe grupos escolares. É um outro mundo dentro de Versailles. E como o nosso ingresso dava acesso às outras construções, visitamos o Grand Trianon, construído para servir como um "refúgio" da corte para a família real e que também serviu de abrigo para os amores do rei Luis XIV. O palacete tem seu charme e uma bela decoração com lindos aposentos. Para mim, vale pagar um pouco mais no ingresso e conhecê-lo. 

O Petit Trianon
Próximo dali está o Petit Trianon, também construído por Maria Antonieta e local onde ela passava boa parte do seu tempo já que ali a rainha dispunha de privacidade - nem o rei entrava em seus domínios sem sua autorização. Nos jardins, em estilo inglês, há um lindo teatro, um "pavilhão francês" (espaço utilizado para festas mais íntimas) e o templo do amor - disse Jivago que para dar sorte os casais devem dar um beijo sob o olhar da estátua de Cupido, então, por via das dúvidas, cumprimos a tradição! Os chamados "Domínios de Maria Antonieta" tem uma atmosfera romântica, como bem descreve o filme de Sofia Coppola e vale muito se perder por esses lugares tentando imaginar a época... Algumas horas depois, e já com dores nas pernas, resolvemos finalizar a exploração indo até as escadarias do famoso laranjal do jardim. Perdemos alguns minutos por ali, só admirando a paisagem. Depois, decididos a voltar para casa por conta da gripe de Jivago, passei na boutique do palácio (nada comprei) e seguimos para a estação do RER, onde já havia um fila considerável para comprar o bilhete de volta - como eu já havia comprado, só tive que aturar o mal humor de um francês que bufava enquanto eu tentava introduzir meu bilhete na catraca. A visita é muito prazerosa para quem está disposto a caminhar porque é um passeio que leva o dia inteiro, se quiser sair de lá e dizer que conheceu Versailles, claro. Então, para mergulhar nesse universo luxuoso da monarquia francesa e do absolutismo de Luís XIV, nada melhor que um bom kit plebeu: sapato confortável, água, lanche, paciência para disputar fotos e tranquilidade para admirar cada canto desse lindo lugar.








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