quarta-feira, 25 de abril de 2012

Barcelona, cidade mais que criativa!

Museu e História da Catalunha
Depois de alguns dias em Madri e arredores, seguimos para Barcelona. De cara percebemos que se tratava de outra parte da Espanha já que as placas do aeroporto tinham três línguas: castelhano, inglês e catalão - língua oficial de Barcelona e que é uma mistura entre o inglês, o francês e o castelhano. O aeroporto era enorme e mais parecia um shopping tamanha a quantidade de lojas - resquícios de uma Olimpíada, claro! Depois de pegarmos nossas coisas, seguimos para o posto de informação ao turista, que fica bem próximo ao desembarque, para pegarmos o mapa da cidade e procuramos saber como chegar à estação de metrô do aeroporto. Feito isso, seguimos para pegar o ônibus gratuito que nos leva para o terminal onde está a estação do trem/ metrô. E de cara notamos que Barcelona também é um pouco mais cara que Madri pelo valor do bilhete só de ida (aproximadamente  3,60 por pessoa). Descemos na estação próxima ao albergue que reservamos e no meio no percurso já podemos apreciar a influência de Gaudí na arquitetura da cidade e, mais adiante, avistamos a Casa Batlló, prédio antigo reformado por Gaudí e que atualmente funciona como museu. Ficamos apreciando essa obra tão diferente, mas resolvemos não entrar já que estávamos com nossa bagagem e o preço também não é convidativo:  18,15 para adultos e  14,55 para estudantes. Achamos o prédio do albergue e fomos subindo as escadas na esperança de achar a recepção. Nada! Não havia nenhuma sinalização... Por sorte, havia um quarto com uma porta aberta e decidimos perguntar a uma menina onde ficava a bendita recepção. De posse dessa informação, chegamos lá e choquei! De fato, um albergue não é um hotel cinco estrelas, mas precisava ser assim? Sujo, velho... E isso eu só tinha visto a recepção... Como não podíamos fazer o check in naquele horário, deixamos nossa bagagem lá e fomos percorrer a cidade e, claro, almoçar. O rapaz do albergue nos indicou, por incrível que pareça, um restaurante com buffet livre, o La Vaca Pata. Dada a procedência da indicação, fiquei até com medo, mas fomos conferir e, para minha surpresa, era bacana! Pagamos  9,95 por pessoa e inclui além do buffet (que tinha um pseudo churrasco, mas para mim que vivo em uma  cidade que não tem isso, tá bom de mais!) bebida, sobremesa e café. É claro que tiramos a barriga da miséria e ficamos ali por um bom tempo comendo, comendo e comendo...

Seguimos caminhando pela cidade e descemos uma das mais famosas rua de Barcelona, a Las Ramblas, uma espécie de calçadão central margeado por bares, restaurantes, centros culturais, igrejas, lojas, ambulantes... Há ainda o maravilhoso Mercado de St Josep onde encontramos de tudo: frutos do mar, frios, jamón,  doces, bebidas, azeites, especiarias e, claro, legumes e frutas maravilhosas! Em uma das bancas achamos até seriguela e jaca! Eu, claro, novamente matei as saudades de um suco de frutas (porque isso inexiste em Paris, ou eu ainda não consegui encontrar) e tomei um de manga... Definitivamente os espanhóis se alimentam melhor do que os franceses!

Parque Guell
Dali avistamos a Praça Real, cercada de prédios antigos, bares e restaurantes e onde acontecem muitas apresentações artísticas - nesse dia, avistamos uma apresentação de capoeira que mais parecia acrobacias do Cirque du Soleil. Continuamos descendo Las Ramblas e eu encantada com tudo até que meu encanto aumentou ainda mais: avistei o mar! Nossa, que visão mais linda! Um dia claro, um céu azul e o mediterrâneo na minha frente com um azul tão azul que chega a doer meus olhos. Se eu já estava encantada com Barcelona, nesse momento me apaixonei! Claro que eu sai andando pelo píer admirando tudo... Ali há um shopping com cafés e restaurantes muito bacana e o design é especial também! Sentamos em um dos banquinhos do píer e ficamos admirando o mar, os barcos, o movimento das pessoas... Que vontade de morar ali! rsrsrs... E depois de completarmos a volta, saímos em uma praça e fomos entrando pelo Bairro Gótico rumo à Catedral. O bairro Gótico é o mais antigo de Barcelona e também abriga bares, restaurantes, boites... Mas também podemos encontrar uma antiga muralha romana construída para proteger a cidade. Diante da catedral, novamente resolvemos não entrar uma vez que já havíamos visto muita coisa em Segóvia e Toledo. Permanecemos na porta assistindo a uma apresentação emocionante de um músico e seu violino. Cansados, voltamos para o albergue para fazermos o check in... estava com medo de ver o quarto e ser obrigada a procurar um outro lugar. Por isso, pedimos para vê-lo antes de pagarmos. Apesar da simplicidade e de uma parte do assoalho estar faltando, resolvemos ficar ali mesmo.

Sagrada Família
Dia seguinte, dia de Gaudí! Conhecemos a Sagrada Família, um espetáculo da arquitetura que está em construção há 130 anos - a previsão para finalizarem a Catedral é em 2030! Nunca tinha visto algo parecido... E meu entusiasmo era maior por começar a compreender que as formas não eram apenas uma "viagem"de Gaudí, mas fruto de seu estudo sobre as formas da natureza. Muito bacana! A Sagrada Família abriga ainda, na parte de baixo, um museu onde pode-se conhecer mais sobre sua história, apreciar fotos, observar o túmulo de Gaudí (ele está enterrado lá!) e o laboratório onde são feitos os moldes de gesso de partes do projeto - eles servem de base para os engenheiros executarem a obra. Enfim, passeio obrigatório e inesquecível em Barcelona. Almoçamos mais uma vez em um desses restaurantes com buffet livre e fomos ao Parque Güell onde também estão as obras do famoso arquiteto. Uma delícia de passeio: pessoas em todas as partes, artistas se apresentando e muita natureza para relaxar. O ideal é curtir sem pressa. E assim o fizemos. A figura mais famosa do parque, a Iguana, está localizada na entrada e é super disputada para tirar fotos. Se quiser exclusividade, chegue cedo! Ao redor do parque há ainda lojinhas lindas e caras! Mas os objetos são originais e diferentes de tudo que já havia visto. Pela noite, fomos assistir a um pocket show de Flamenco - há muitas opções na cidade, mas caras porque geralmente incluem uma ceia/ jantar. Escolhemos a casa Tarantos que oferece um show rápido, de 30 min, no valor de 8, por pessoa. É claro que não foi "o show", mas pelo preço valeu a pena apreciá-lo tomando a famosa sangria. Ao final do show um menino de 10 anos de idade, e cabelos escorridos na cintura, subiu ao palco e soltou seu vozeirão em uma canção sofrida flamenca. Legal ver essa cultura sendo passada para as próximas gerações.


Museu Nacional de Arte da Catalunha, MNAC
Último dia em Barcelona e já estava triste... Resolvi fazer o passeio de teleférico e assim ter uma visão privilegiada da cidade. Para tanto, seguimos para o bairro da Barceloneta, onde estão as praias da cidade e uma das torres de onde partem os teleféricos, a Torre de St. Sebastià. O passeio custa  10 ida e  15 ida e volta. Nós preferimos só a ida já que o teleférico nos deixaria na torre do Parque de Montjuïc, nosso próximo destino. A fila não é enorme, mas é preciso ter um pouco de paciência. A vista é deslumbrante, sem dúvida! Já no Montjuïc, fizemos tudo a pé e conhecemos o estádio e a vila Olímpica (a entrada é gratuita), o Jardim Botânico, a Fundação Miró, o Castelo de Montjuïc e o Museu Nacional de Arte da Cataluña - MNAC. Eu, é claro, já estava morta e meus pés já não existiam mais e qualquer semelhança com a maratonista Gabrielle Andersen nas Olimpíadas de 1984 não é mera coincidência... Como já havíamos feito o check out do albergue e teríamos que ir para o aeroporto até a 00h, resolvemos fazer hora no cinema. Escolhemos o cinema da Arenas de Barcelona, um shopping que foi construído aproveitando a estrutura de uma antiga arena de touros. Muito bacana! Eu fiquei encantada com o aproveitamento desse espaço... Cidade Criativa mesmo! Depois do filminho, passamos novamente no albergue para apanharmos nossa bagagem e seguimos para pegar o ônibus que nos leva direto para o aeroporto ( 5,65 por pessoa). Como o nosso voo era às 6h da manhã, a grana já tinha estourado para uma nova diária no albergue ou para um táxi e não havia trem para nos levar até o aeroporto em um horário razoável, resolvemos passar a noite por lá mesmo! É claro que antes entramos no site exclusivo que traz dicas de quais os melhores lugares de cada aeroporto para se dormir - Sleeping in Airports Surreal! O site nos indicava as poltronas de uma café que funciona 24h no Terminal 1. Nos dirigimos para lá, mas já estavam ocupadas... Então, escolhemos um cantinho meio escurinho para montarmos acampamento. Lá para as 3h da manhã, fomos acordados pela segurança do aeroporto que nos dizia que ali não era permitido dormir no chão, apenas nas desconfortáveis cadeiras, e nos pediu passaporte e bilhetes para ter certeza de que não éramos imigrantes ilegais! rsrsrs... Às 6h já estava embarcada de volta a Paris.

Praia da Barceloneta, vista do teleférico
Fiquei apaixonada pela Espanha e mais ainda por Barcelona. Tudo nessa cidade envolve arte e cultura - cada monumento, cada prédio, cada esquina. Incrível a mistura sempre presente do moderno com o antigo convivendo em perfeita e bela harmonia. Fácil de se ver um prédio secular ao lado de uma intervenção de Gaudí ou Miró. Fascinante observar como se soube reaproveitar lugares que antes eram perigosos e abandonados. A revitalização da cidade e dessas áreas foi fundamental. Uma praia foi criada - é claro que o mar sempre esteve lá, mas só haviam pedras. Enfim, exemplo.



Informações
http://www.barcelonaturisme.cat




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.